quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

"...Se a gente já não sabe mais
Rir um do outro meu bem
Então o que resta é chorar
E talvez
Se tem que durar
Vem renascido o amor
Bento de lágrimas..."

Naquela noite, que deveria ter sido aula e depois batata frita e cama, eu me deparei olhando as pessoas passarem por mim. Eu meio que com o olhar curioso pra o mundo, agora de novo vasto, largo...grande demais pra mim. Me senti meio perdida. Me senti fora do ar por alguns instantes... sozinha. E o pior de tudo. Me senti velha demais para estar ali. Me senti fora do meu universo. Peguei o celular em algum momento daquela noite e vi a hora. Ainda era cedo e eu não precisava chegar cedo em casa pra fazer uma ligação. E me perguntei como era a sensação de estar livre... você gosta? Pensei... (Eu nunca gostei na verdade) Você prefere estar só e não ter pra quem mandar um sms comentando da noite fria...ou da noite quente... ou do garçom engraçado?... Pensei que muitas vezes eu quis estar fora. Mas só quis. E na verdade o que eu mais queria era voltar pra casa. O que eu mais queria era voltar e carregar o telefone de palavras, palavrões... sensações e saudades. E dizer “Volta. Custa tanto? Dói tanto assim?"... E resolvi me calar de novo. “Não adianta mais querida”. É o que eu escuto antes de dormir... todas as noites.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

domingo, 22 de janeiro de 2012

É engraçado como as pessoas parecem não ouvir mais nada depois da pergunta: "tudo bem?". Ou não escutam ou estão acostumadas a ter sempre como resposta "tudo bem sim e você?". Que é sempre uma mentira, diga-se de passagem. Você quase sempre não está muito bem, seja lá por qual for o motivo...mas sempre dá como resposta um sim e um sorriso no rosto. E um belo dia quando você diz a verdade, "não...as coisas não estão muito bem", as pessoas, por não saber lidar muito bem com isso ou por não se importarem mesmo, não escutam muito bem e passam a outra pergunta: "E as novidades?". Fica uma sensação de descaso...de falta de importância... não tem coisa pior  do que não ser ouvido. E as pessoas hoje não sabem ouvir. É por isso que os consultórios de psicologia estão esborrotando. Estamos carentes. Carentes de ouvidos. Não paramos pra escutar o outro. As angustias...as preocupações...o sofrimento do outro parece mais um blá, blá, blá sem fim...
Escutar não é uma tarefa fácil...mas se você não quer saber como a outra pessoa está não pergunte. Se não está interessado em saber, realmente, como o seu amigo, colega ou seja lá quem for está passando, não se dê o trabalho de perguntar.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012


As lágrimas ainda não secaram... àquelas que achei que nem tinha mais. A sensação de que estava tudo sob controle. Só pensava em você quando acordava...quando comia alguma coisa...quando chovia... quando escutava alguma música... e principalmente na hora de dormir, que eu não tinha mais uma mensagem ou um porquinho dizendo que tava com saudade... mas as lágrimas... essas eu conseguia disfarçar...essas eu conseguia controlar.... mas elas voltaram. Ou elas nunca foram embora...eu não sei. O que sei é que elas estavam cristalizadas... dentro de mim. E hoje elas resolveram escorrer de novo. Elas decidiram por si só sentir saudade e demonstrar. Hoje elas apareceram como alma penada mesmo. Pra me lembrar que tudo continua do mesmo jeito. Pra lembrar que eu não posso parar o tempo...mas ele insiste em ficar congelado lá atrás... 








 - Mas não vou me preocupar...todo mundo diz que passa...vai passar...vai passar...

Entre outras perguntas que me fizeram quando cheguei à outra cidade foi se tinha namorado. Até aí achei normal...as pessoas se conhecem fazendo perguntas da vida uma das outras. O estranho veio depois. Por não ter sido apenas uma ou duas...e sim várias. O comentário soou mais que estranho... Disseram que meu namoro acabaria pela distancia. Era só uma questão de tempo. Respondi que não acreditava nisso e que achava sim, que as coisas poderiam dar certo mesmo à distancia. Disse que estaria fora dessa estatística sem fundamento. Pensei comigo que venceria esse tipo de maldição. Afinal de contas...anos não são só meses... e eu te amava. Não era uma paquera ou uma paixão. Eu tinha escolhido o pai dos meus filhos.
Mas aconteceu que as coisas não foram bem como eu sonhei. O namoro acabou. Ele não acabou simplesmente. Eu acabei com ele. É, pode acreditar...é muito louco isso... estranho, absurdo...
Eu que te amava, te deixei. Eu que te amava te expulsei da minha vida. Eu... coloquei um ponto final na história da minha vida. Agora não adianta mais. Diferente das dezenas de vezes que fiz essa mesma coisa, eu não tive uma nova chance. Eu não pude consertar. Ninguém mais acreditaria que eu mudei...nem você.
E agora eu fico com a saudade, com o vazio de te perder. Eu fico com o desprezo até de mim mesma...por ter errado tão feio.
Mas, pior do que tudo isso...pior que as noites pensando em você...pior que os dias tristes...pior que a saudade dos beijos e das conversas... pior que as lembranças e recordações... pior que a falta que eu sinto e a dor física de não te pertencer mais...  pior que tudo isso é saber que o que você sente agora é um misto de pena e responsabilidade pelo que to sentindo. Porque ainda não me curei. Porque tá mais difícil... e porque dessa vez eu realmente vi que um dia eu iria te perder. E perdi.
A duras penas eu cresci. Agora tenho 23 anos não só no registro...na cabeça. Envelheci quatro anos. Os sonhos, todos pelas janelas... os planos amassados no lixo. E você...longe de mim.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012


É como se seus planos e sonhos não fossem mais dar tempo de serem realizados...
Você passa toda uma vida planejando e sonhando como vai ser o seu futuro...E qualquer coisa acontece e interrompe tudo.
De repente muita coisa não faz mais sentido.
De repente nem a vida faz mais sentido...
Não é exagero como pode parecer. É minha vida, poxa. E eu tenho o direito de me sentir desnorteada depois de uma curva ou de um desvio que eu não estava esperando nessa altura do campeonato...
Não só pelo tempo que talvez não tenha mais. Mas, e principalmente, por ter que aceitar que as coisas e os planos...e os desejos... e os sonhos... e tudo àquilo... e o tempo... nem você eu terei mais.
Talvez meus sonhos ainda se realizem. Talvez essa curva na minha vida dê em alguma estrada não tão abandonada. Talvez eu consiga realizar, a tempo, os planos. Mas não será a mesma coisa certamente. Eu sonhei com uma pessoa. Planejei com uma pessoa.
Recomeçar é difícil.
E eu também tenho medo.

A (há) cura no amor (?)


Ele: Eai...curada já?
Ela: Curada de que?
Ele: Sentimentos...
Ela: Ainda não.
Ele: Ah...ok.

Então... o amor, que agora parece mais uma doença (pelo menos nesse caso), precisa de cura. Ele acha que ela precisa se restabelecer desse “mal estar”...?
Então é isso mesmo?
Preciso me curar do amor que eu sinto? Preciso fazer uma cirurgia e arrancar do peito o coração batendo ainda?
Tudo isso pra que mesmo?

Agora eu que pergunto... o amor precisa de cura?

A verdade é que não sei jogar as coisas fora. Os cartões, as cartas, algumas etiquetas...os bilhetes e guardanapos assinados em algum encontro da turma... os bilhetinhos de conversas em sala no colegial... todos guardados em algumas caixas.  Caixas de telefone...caixas improvisadas feitas exclusivamente para isso: guardar coisas velhas. Nunca soube ao certo por que guardava tanta coisa... Já usei diversas justificativas. Se algum dia não lembrasse mais poderia usar uma dessas relíquias pra viver novamente cada dia daqueles em que fui feliz.. cada dia que foi especial...dias que eu nunca quis esquecer...
Um dia percebi que não sabia jogar fora muitas outras coisas. Os fracos de perfume estão empilhados. Anotações da faculdade que talvez eu nunca mais precise estão aos montes em um saco enorme que não consigo me desfazer (apesar das muitas investidas da minha mãe para jogar o “lixo” fora)... Os potes de requeijão...de manteiga... as velhas caixas de sapato ou as embalagens das roupas novas... Simplesmente não consigo. Não posso.
E pensei: eu não sei jogar as coisas fora!
E fui mais fundo um pouco... eu não consigo virar as páginas da minha vida...eu não consigo encerrar ciclos...eu não consigo viver a novidade. Sempre relembrando...revivendo...
Vivendo de saudades. Literalmente.
Revejo fotos...músicas...revejo aquelas conversas...aquelas promessas trocadas... aqueles sonhos compartilhados... releio mensagens...pessoas... sonhos...
E sei que preciso parar.
Sei que as vezes elas que querem ir embora...mas eu continuo guardando pra mim...prendendo em mim...

sábado, 14 de janeiro de 2012

Em todos os momentos da nossa vida escolhemos, ou somos escolhidos, por uma "trilha sonora". Algumas músicas que marcam, ou que falam mais da gente quando as palavras sozinhas já não são mais suficientes... Inclusive os amores...Ah, os amores. Pra eles sempre temos as melhores músicas...os melhores trechos. Umas se encaixam perfeitamente. Outras nos fazem relembrar de momentos mais que especiais. Tivemos várias músicas. Cada uma em um momento diferente. Cada uma contando uma parte de nós. Mas tem sempre àquela que fala mais que todas as outras. Àquela... que era ouvida desapercebida até o dia que você me mostrou o quanto era nossa cara.

"Essa não é mais uma carta de amor São pensamentos soltos traduzidos em palavras Pra que você possa entender O que eu também não entendo 
Amar não é ter que ter sempre certeza É aceitar que ninguém é perfeito pra ninguém É poder ser você mesmo e não precisar fingir É tentar esquecer e não conseguir fugir, fugir 
Já pensei em te largar Já olhei tantas vezes pro lado Mas quando penso em alguém é por você que fecho os olhos Sei que nunca fui perfeito mas com você eu posso ser Até eu mesmo que você vai entender 
Posso brincar de descobrir desenho em nuvens Posso contar meus pesadelos e até minhas coisas fúteis Posso tirar a tua roupa Posso fazer o que eu quiser Posso perder o juízo Mas com você eu tô tranquilo, tranquilo 
Agora o que vamos fazer, eu também não sei Afinal, será que amar é mesmo tudo? Se isso não é amor, o que mais pode ser? Estou aprendendo também." (O que eu também não entendo - Jota Quest)
Esse período de nostalgia está demorando demais pra passar. Enquanto isso eu revivo um pouco de tudo. E tento entender o amor... inexplicável.Será mesmo que ele existe? ou Existiu?

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Uma doce loucura...


Eu contei quinze dias... até o dia que eu disse “é hoje”. Todos os dias eu pensava: só mais um dia. Só mais um dia pra te ver...
E ele chegou. O dia em que o despertador não precisou tocar pra que eu me acordasse...o dia em que eu não senti fome...o dia em que as horas não passaram, mas nesse dia eu sabia que seria recompensada...ao menos eu tentaria! E eu não desistiria...
Eu trabalhei. Conversei...e esperei dar 9 horas da manhã pra me dedicar somente a isso. Arrumei minha mala, separei minha melhor roupa. Planejei cada minuto que eu tinha...até fazer o que eu devia. Ainda dormi. E sonhei. Sonhei que não iria sequer ver você. Sonhei...ou tive um pesadelo que não te encontraria. Então pensei: “é só uma viagem, se não der certo, eu viajei...estava segura no ônibus...e não perderia nada.” Assim eu fui... Esperei por horas de atrasos do ônibus. E nessas horas, em que meu coração acelerava a cada minuto que passava, eu me acalmava, porque a espera estava acabando. E estava ficando tudo bem...ia ficar tudo bem...logo, logo...
No ônibus eu rezei baixinho, pedindo a Deus que não chegasse tão tarde, ou próximo da hora do ônibus de volta...queria ter tempo... e eu tinha planejado tudo, não ia ser justo se por um atraso nada mais desse certo. Mas não tinha nada confirmado. Eu me atirei no escuro. Mas o dia estava tão claro. O sol estava tão lindo e forte... a viagem foi tranqüila. Apesar de a cada quilometro eu me sentir mais perto e a cada cidade que passava diminuía a distancia entre nós dois eu pensava o que te diria. O que inventaria pra te fazer ir ao meu encontro. E não pensava em nada. Pronto, faltava passar mais uma cidade e era a sua... Mais alguns minutos. E eu me decidi. Vou dizer a verdade. E rezei de novo pra que você estivesse lá...pra que você atendesse minha ligação...pra que você não se chateasse tanto...
Mal consegui andar pelo ônibus quando o motorista gritou o nome da cidade. Era lá que deveria descer, mas minhas pernas não estavam me respondendo... Estava no compasso do meu coração que agora eu nem sentia mais de tão rápido que batia. Precisei me acalmar. Desci...fui ao banheiro. E quis desistir agora. “Mas agora?”, pensei... não, eu não ia até ali pra desistir... “preciso falar com você meio urgente” A mensagem foi escrita e enviada...era só esperar... Quantos minutos seriam preciso pra que ele me desse a resposta? Não sei...mas foram os cinco minutos mais demorados... o tempo quase paralisou. E voltou a rodar quando o celular vibrou. Era ele me ligando. E eu pensei mais uma vez no que dizer...e lembrei: a verdade. Com a voz muito trêmula...respirei e pedi que não ficasse bravo, mas tinha feito uma coisa... Do outro lado da linha, a voz séria, mas ainda assim linda (...), disse que ficaria chateado se eu estivesse indo pra lá. Me olhando no espelho do banheiro, eu quis chorar, mas segurei as lágrimas e sorri dizendo que não era isso...”Eu não estou indo pra ai...eu já estou aqui!” Uma pausa sem fim tomou conta da ligação. Eu sem acreditar que estava fazendo aquilo. E pensava em como tinha soado bonito...e eu nem tinha planejado aquela frase. Ele sem saber o que dizer, pela surpresa...ou por não poder mais fazer nada. Eu já estava ali. E continuei: “Você vem me ver...ou...ou eu vou na sua casa?”... Eu sei...isso foi pressão, não tem outro nome. Mas funcionou. Ele foi me ver.
Os dias sem ele tinham sido horríveis. Eu mal tinha sorrido, ou como bem disse Roberto Carlos “meu sorriso era triste”. Eu emagreci... chorei...me desesperei...me devastei... Mas quando o vi chegar, com uma barba enorme, tentando esconder um sorriso... Àquele sorriso que eu adorava... Àquele sorriso verdadeiro que eu conhecia muito bem...sarou todas as minhas dores. “Enxugou minhas lágrimas”. Foi isso mesmo que aconteceu. Àquele momento já tinha valido minha viagem. E eu tinha certeza que tinha que estar ali...
As horas ali naquele terminal foram mágicas. Conversamos, sorrimos... brincamos...fomos nós mesmos... voltamos a ser nós mesmos. Sério que só eu senti aquilo? Só eu senti que estava viva de novo?
Não tinha planejado nada. Mas sabia que não pediria pra voltar. Nem pediria pra ficar comigo. Minha viagem não tinha esse objetivo. “Eu só queria ver você”. Esse era o motivo da minha ida. Nada mais.
Me enganei então. Eu queria mais...eu queria bem mais. Eu queria um abraço, queria àquela conversa. Queria muitas risadas... eu queria outro abraço. Queria estar em seus braços. Mais uma vez pelo menos. “você acha justo quatro anos terminar pelo telefone?” Eu não achava...
Eu tive tudo. Tive seus abraços...seus braços...seus sorrisos...suas mentirinhas...suas brincadeiras... tive frio na sua cidade... tive ótimos momentos lá... nas praças, nas ruas onde você cresceu... eu vi seus amigos. Vi seu apetite... Comemos pizza à moda da casa. À moda da sua casa. Você me ofereceu batata frita. Você não sabe o que isso significa não é?
Você sabia exatamente o que queria comer...onde iria me sentar...onde queria ir...o que queria beber... sabia o que eu queria escutar... sabia sim...
A noite foi pequena. Não foi suficiente. Mas a vida seria?
Foi estranho. Doce. Sincero. Foi verdade!
Eu não peguei na sua mão por medo... eu nem disse tudo que queria. Mas eu não queria dizer nada. Eu só queria ver você...sentir você...
Não foi nada planejado. E se tivesse sido não teria sido tão bom. Eu não esperei que quando esse sonho acabasse você me dissesse que estava tudo bem. Que estávamos de volta...e que seriamos felizes... Eu não me iludi. Eu sabia que viria embora e nossa história não mudaria. E não mudou mesmo, como eu pensei.
Na despedida um abraço longo... um abraço forte. Os últimos beijos, ali...na frente de algumas pessoas desconhecidas que olhavam curiosas, que não faziam a mínima idéia de como aquele momento era importante, único...Eu poderia viver aquele minuto pela minha vida inteira, congelado...nós dois ali, juntos, pra sempre...
“Foi o melhor dia do meu ano”, eu disse. Ele sorriu. E brincou que o ano só tinha apenas sete dias. Mas eu menti. Foi o melhor dia da minha vida desde o dia dezenove de novembro...
O ônibus acelerando me tirou dos seus braços. Foi tão cruel. Não deu tempo olhar pra trás. E eu não te vi mais.
E parece que não vou te ver nunca mais...