terça-feira, 17 de janeiro de 2012


A verdade é que não sei jogar as coisas fora. Os cartões, as cartas, algumas etiquetas...os bilhetes e guardanapos assinados em algum encontro da turma... os bilhetinhos de conversas em sala no colegial... todos guardados em algumas caixas.  Caixas de telefone...caixas improvisadas feitas exclusivamente para isso: guardar coisas velhas. Nunca soube ao certo por que guardava tanta coisa... Já usei diversas justificativas. Se algum dia não lembrasse mais poderia usar uma dessas relíquias pra viver novamente cada dia daqueles em que fui feliz.. cada dia que foi especial...dias que eu nunca quis esquecer...
Um dia percebi que não sabia jogar fora muitas outras coisas. Os fracos de perfume estão empilhados. Anotações da faculdade que talvez eu nunca mais precise estão aos montes em um saco enorme que não consigo me desfazer (apesar das muitas investidas da minha mãe para jogar o “lixo” fora)... Os potes de requeijão...de manteiga... as velhas caixas de sapato ou as embalagens das roupas novas... Simplesmente não consigo. Não posso.
E pensei: eu não sei jogar as coisas fora!
E fui mais fundo um pouco... eu não consigo virar as páginas da minha vida...eu não consigo encerrar ciclos...eu não consigo viver a novidade. Sempre relembrando...revivendo...
Vivendo de saudades. Literalmente.
Revejo fotos...músicas...revejo aquelas conversas...aquelas promessas trocadas... aqueles sonhos compartilhados... releio mensagens...pessoas... sonhos...
E sei que preciso parar.
Sei que as vezes elas que querem ir embora...mas eu continuo guardando pra mim...prendendo em mim...

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