A verdade é que não sei
jogar as coisas fora. Os cartões, as cartas, algumas etiquetas...os bilhetes e
guardanapos assinados em algum encontro da turma... os bilhetinhos de conversas
em sala no colegial... todos guardados em algumas caixas. Caixas de telefone...caixas improvisadas
feitas exclusivamente para isso: guardar coisas velhas. Nunca soube ao certo
por que guardava tanta coisa... Já usei diversas justificativas. Se algum dia
não lembrasse mais poderia usar uma dessas relíquias pra viver novamente cada
dia daqueles em que fui feliz.. cada dia que foi especial...dias que eu nunca
quis esquecer...
Um dia percebi que não
sabia jogar fora muitas outras coisas. Os fracos de perfume estão empilhados.
Anotações da faculdade que talvez eu nunca mais precise estão aos montes em um
saco enorme que não consigo me desfazer (apesar das muitas investidas da minha
mãe para jogar o “lixo” fora)... Os potes de requeijão...de manteiga... as
velhas caixas de sapato ou as embalagens das roupas novas... Simplesmente não
consigo. Não posso.
E pensei: eu não sei
jogar as coisas fora!
E fui mais fundo um
pouco... eu não consigo virar as páginas da minha vida...eu não consigo
encerrar ciclos...eu não consigo viver a novidade. Sempre relembrando...revivendo...
Vivendo de saudades.
Literalmente.
Revejo
fotos...músicas...revejo aquelas conversas...aquelas promessas trocadas...
aqueles sonhos compartilhados... releio mensagens...pessoas... sonhos...
E sei que preciso
parar.
Sei que as vezes elas
que querem ir embora...mas eu continuo guardando pra mim...prendendo em mim...
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