terça-feira, 24 de abril de 2012



"Uma sedutora
que seduz e enlaça em sua teia
e depois foge, abandona...
Sem devorar."

domingo, 22 de abril de 2012


Estava organizando alguns papéis. Coisas meramente burocráticas. Queria atualizar meu currículo...pra uma emergência. Estava focada.
Devo ter trazido essa pasta de casa há algum tempo. Nem devo ter conferido. Deveria.
No meio dos meus certificados e documentos, uma folha de caderno, do meu antigo caderno de faculdade. Nela, suas letras. Uma frase só e alguns beijinhos. Uma maneira nossa de conversar. Quando não estávamos por perto, ou acordados...ou quando eu queria pedir desculpas e você ainda estava no banheiro.
Lembro que sempre escrevia pra você. Em dias normais, quando as palavras e as ações já não descreviam mais o que eu sentia. Quando você saia de férias, e ia pra longe e eu queria te surpreender...
E também lembro de como era prazeroso receber algo escrito seu. Já que não gostava tanto assim de escrever. Era mais que palavras...mais que qualquer prova de amor...maior que qualquer presente. Era você. Ali... em palavras. Do meu jeito de me expressar.

Ver esse bilhete aqueceu meu coração, de lembranças...de boas lembranças.
Ainda posso lembrar. Ainda posso...




quarta-feira, 18 de abril de 2012


Li por pura brincadeira.
Por deboche mesmo. Queria saber se ele me diria que estou adoentada, com o nariz escorrendo e até quando vou sentir isso.
Mas quando comecei a ler, a minha voz, cheia de sorriso, foi ficando séria e até um pouco tensa. As frases pareciam fazer sentido, estava mesmo acontecendo algumas daquelas coisas...ou ele me fez acreditar nisso, quem sabe?!
Ele me dizia que estou passando por um período de finalizações. (pode ser...)
Me chamava pelo nome: “Marcíllia, é um tempo de fechar ciclos"
Como se me conhecesse. Como se soubesse os meus mais íntimos segredos e pensamentos. Mas ele não sabe, ninguém sabe.
Conversa comigo. Pergunta se estou finalizando um relacionamento (meu coração aperta lendo e escrevendo isso). Respondi mentalmente que sim e continuei lendo. E ele aconselha: "é hora de findá-lo e permitir que aquela pessoa, que já teve grande sentido na sua vida, viva agora outras relações". E tenta explicar depois: "afinal, a vida é isso, nos encontramos com as pessoas, trocamos e depois nos desligamos para viver outros relacionamentos".
Eu não sei bem o que senti nessa hora. Por estar lendo alto, dei uma gargalhada - forçada - pra demonstrar que ele não estava dizendo coisa com coisa. Mas isso havia me tocado... isso realmente mexeu comigo.

Será mesmo que a vida é assim. Uma rede de relações com objetivos próprios de satisfação, unicamente pessoais, e quando essa pessoa já me deu muito, ou melhor quando já "trocamos" o suficiente, simplesmente "a deixo ir" pra que ela possa viver outras relações e eu possa encontrar outra pessoa que me dê algo de mais útil que o anterior.
Não que isso dependa de mim. As pessoas entram e saem da nossa vida sem ser preciso nossa permissão ou não.
Mas sério mesmo que as coisas são simples assim? Tirar e colocar as pessoas nas nossas vidas?
Sério?

Não passa de um negócio? Não passa de um jogo?

No final ele acrescenta: "reveja suas coisas e jogue fora ou doe aquelas que você já não quer mais. Àquelas roupas, ou os livros que você não lê mais pode ser útil para outra pessoa".

Agora entendi. Na verdade nós substituímos coisas velhas e desnecessárias por coisas novas.
Isso vale para as pessoas também?
Substituímos nossos amores, nossas relações por outras quando a que estamos já não nos satisfaz mais?
“Coisificamos”, então, até o mais intocado dos sentimentos - o amor?

Não queria ter que acreditar nisso tudo. Acho até que não precisava.
Ele saiu da minha vida sem que fosse preciso permissão pra isso.

segunda-feira, 16 de abril de 2012



"Ele queria uma mulher.
Ela só podia ser amiga."



sábado, 14 de abril de 2012

Quanta estupidez.

Nem sei por onde começar. Esse é um assunto do tipo que ninguém quer falar, ou sequer se sente à vontade para tanto... Mas, como tudo na vida, as vezes é preciso dizer...mesmo sem querer falar. Eu precisei falar sobre isso. E Deus sabe o quanto foi difícil e o quanto foi constrangedor descobrir a verdade dos fatos. Até por que isso significava que eu tinha sido mesmo culpada por tudo. Tudo isso e mais um pouco. E paguei caro por isso. Foi um dos valores mais altos em todo esse processo de análise. Sempre me perguntei do que valia sofrer tanto e ainda pagar por isso. Entendo, racionalmente, que é por uma vida mais tranquila...pelo menos pra um inconsciente mais tranquilo. Por acreditar nisso, nunca abandonei. E resisti. E continuei.
Dessa vez, soube a verdade de tudo.
Descobri que os detalhes fazem mesmo muita diferença. E eu precisava falar sobre isso que não importava. Sobre isso que era pequeno. E falei, mesmo sem querer. Com toda a resistência que havia em mim, mesmo assim eu toquei naquele assunto. E fui mais fundo dessa vez, e não parei de falar.
Não foi como contar uma história. Foi mais para uma série de descobertas e insights de uma só vez. Sem dó nem piedade. Roubou de mim esperanças, devaneios...sonhos. Me trouxe pra realidade mais dura. Para a minha realidade. Aquela bobagem, que sempre foi tratada como superficial, na verdade era o elefante que estava dormindo do meu lado...que me acompanhava nos meus dias e noites, e que esteve presente em toda a nossa relação.
E de repente muita coisa fez sentido. E de repente eu deduzi que as coisas já vinham acontecendo há muito tempo. Eu, subitamente, vi que estava sabotando o meu amor e acabando com um pouquinho dele todos os dias. Eu estava roubando de mim o direito de ser feliz. E me perguntava quem estava fazendo isso com nós dois. E parecia mais fácil culpar o tempo, os estudos, a família, a minha família...era mais fácil culpar você.

A verdade de tudo é que eu estava roubando o seu direito de ser homem. Eu estava sacaneando minha felicidade e iludindo todo mundo quanto a minha maturidade. Eu estava burlando todas a "leis" de relacionamento e tentando criar uma nova classe, que na minha cabeça era muito mais sensata, divertida, sincera e romântica.
Eu descobri que essa "nova classe" já existia. E não era nada tão distante. Talvez uma das primeiras relações que o ser humano tem ao longo da sua vida. A amizade. Eu criei um novo conceito para a palavra "amigo". E essa nomenclatura, que é tão antiga quanto tantas outras questões, não estava entre os meus significantes, ainda. Até você falar e me tocar com isso. E eu nunca soube distinguir uma coisa da outra.
Por isso tanto roubo de mim mesma. Por isso tanta confusão, abstinência...

Por isso tanta estupidez.

terça-feira, 10 de abril de 2012

E fim.

Agora eu entendi.
Bastava apenas uma frase. E você não quis dizer.
Eu precisava só saber que você não me amava mais... Mas eu precisei fazer tudo. Precisei usar todas as armas. Inclusive a impaciência. Mas eu não podia esperar mais. Eu poderia te perder pra outra, eu pensava...
E tentei mesmo. E fiz de tudo.
Você nem sabe o que estava reservado pra nós naquela noite. E nem precisa saber. Não importa mais. Nunca importou.
Não importava o perigo ou a madrugada fria...não importava o desabrigo, nada... O que importou mesmo foi a resposta que eu tive pelas poucas palavras...  O que pesou mais foi o "não se importar".
Mas foi preciso.
Tudo isso foi necessário pra que eu percebesse que há tempos não existia mais um "nós".
Eu percebi que as histórias de amor existem pra não darem certo. Eu pude compreender que o amor, enfim, acaba.
E acabou, não é?
E eu pensando que não era bem assim. Eu acreditei no conto da carochinha. Até o último instante - até mais do que eu poderia imaginar...
Tudo por amor.
Não existe arrependimento em mim. Só uma sensação de dever cumprido e uma tristeza imensa pelo fim de tudo.
As vezes é preciso entender quando acaba. Talvez eu tenha ido longe demais.
Mas eu precisava esgotar em mim as ideias, os planos, as forças...
O que mais doeu não foi não ter dado certo nossa nossa história. Foi o que nos tornamos no final dela.
Amigos? Isso não existe, como você me ensinou um dia... você sequer quis saber se eu tinha ficado bem ou não. Foi aí que eu vi o quanto tínhamos mudado. Eu entrei para o lado negro da sua lista... àquele lado que você não tem o menor interesse e não se importa mais...
Eu precisava disso.
Enfim...as histórias de amor acabam. E eu vou espalhar essa notícia (se é que eu não era a única a acreditar nisso).
Eu não caio mais nessa de amor.
Já tive o meu. Mal-sucedido amor.


Se tinha que ter acabado um dia... chegou a hora, então.



Fim.
Não sabia que o mais difícil seria o outro dia...
o vazio que me deixou, a saudade desmedida...
a vontade de discar seu número, e dormir cheia de você de novo...
Eu sabia que não podia esperar nada depois daquela ligação, mas mesmo assim esperei alguns minutos antes de adormecer...quem sabe eu não teria uma outra surpresa, pensei...
Fechei os olhos e sonhei.




Uma surpresa...uma bela surpresa.


Não sei nem quantos dias sem noticias suas... talvez até tenhamos atingido meses sem nos falar. E de repente não mais que de repente, em um domingo a noite, eu acostumada a sempre encontrar meu email lotado de coisas inúteis que automaticamente iam pra lixeira, logo ali, no meio deles, um “oii” com seu nome no remetente. Fiquei alguns segundos extasiada. Meio que com medo de abrir. Podia ser vírus. Podia ser uma má noticia... Trouxe o computador pra mais perto, acho que pra não deixar aquele email escapar. Quando abriu que vi que não era um vírus, mas que eram suas próprias palavras, foi como se me desse um sopro novo. Um ar novo...

Confesso que minhas esperanças eram poucas...elas até só existiam, talvez, pela minha insistência...Mas aí você volta. Sem querer nada. Com umas poucas palavas mexe com minhas ilusões, meus desejos...e me dá uma dose de esperança.
Eu caí como um patinho nisso tudo.
E agora eu que me vire com essa saudade dobrada...

terça-feira, 3 de abril de 2012


Tem coisas que eu não vou ter mais. Isso é certeza. Você sabia que quando eu escutava ‘Los Hermanos’ era porque não tava bem...e você conversava comigo pra saber o que tava me incomodando. E mesmo quando eu não queria conversar você ficava me fazendo rir porque sabia que eu me sentiria melhor. Você sabia que mesmo que eu fosse comer qualquer outra coisa eu ainda assim preferiria batata frita. Você sabia como ficava cheia depois do almoço e não queria deitar e você esperava que eu ficasse sentada esperando meus cinco minutos... Você sabia que sentia muito frio e sempre tinha uma manta em cima da cama. Você sabia que eu tinha vergonha de quase tudo e evitava situações pra que não ficasse constrangida. Você acertou todas as vezes que eu estava chorando no telefone mesmo eu querendo disfarçar. Você sabia que preferia frango e não carne. Você sabia que eu queria comer no ‘Mc’ Donald’s’ sempre. Você sabia o que eu queria beber. E sabia quando eu queria me embriagar...e parava de beber pra cuidar de mim. Você sabia quando eu dizia sim querendo dizer não...e não me forçava. Você sabia que queria comer mais mesmo dizendo que tava cheia. Você sabia que gosto de banhos quentes. Você sabia que gosto de desenhos animados. Você sabia quais os seriados, filmes e vídeos que eu gostaria e baixava pra me mostrar. Você sabia que eu sempre estava ausente no MSN e falava comigo. Você sabia que eu dormia pouco. E meio que passou a dormir pouco também. Sabia quando eu não queria conversar. Sabia quando eu queria falar até cansar. Sabia que eu não agüento virar noites... você sabia onde eu tenho cócegas. Sabia que sinto frio nos pés e me emprestava meias. Você me deixava ganhar no vídeo game, mesmo eu brincando com sua cara. Você sabia que adoro mensagens no celular qualquer hora do dia. Você foi único. Não porque não posso conhecer outros homens, mas só pelo simples fato de que as coisas e as descobertas que fizemos juntos não vão poder ser repetidas. Só pelo outro simples fato de que não vou ter mais esse tempo todo que tive quando estava com você, porque podíamos perder aula, porque podíamos adiar compromissos, porque podíamos exagerar nas visitas noturnas e dos perigos de uma cidade grande Pelo simples fato de que – eu acredito - só se ama uma vez.