Na
primeira vez eu já estava apaixonada. Talvez não por você. Mas pela ideia de
sair da prisão de um velho amor. Ou pela possibilidade de me envolver de novo
com outra pessoa. Como eu disse, você me trouxe possibilidades. Na primeira vez
que você me deixou foi como um sonho ruim numa manhã de domingo, mas logo
depois, quando vi que foi por amor, senti que tinha sido a coisa certa a se
fazer! E de fato foi. Você deve ter vivido lindos momentos com seu antigo amor.
E eu... eu estava de volta a minha prisão, fechada e decidida a não sair mais.
Encontrei novos personagens que viveram simulacros de histórias de amor comigo.
Foram intensos, breves, sinceros, românticos e aventureiros. Eu quase me
orgulhei de mim e pensei que poderia viver tudo que quisesse. Quando você foi
embora, você me deixou. No silêncio de uma ligação que eu não fiz, uma mensagem
sem resposta que eu não mandei... um silêncio de vários dias que começou com um
encontro que não aconteceu. Depois nós voltamos. Inesperadamente. Encontrei
você em sonho, depois te vi. Eu pude ir e vir tantas vezes e encontrar você em
sonhos... mas não na vida. Esse dia foi especial. Você era real de novo. Posso
fechar os olhos e ver você entrando depois saindo, sem olhar pra os lados...
sem me perceber. Entrei em pânico com a ideia de não ser mais vista por você e
te procurei na semana seguinte. Precisei de alguns dias pra ter certeza se
queria voltar ou não. E voltei. Você pareceu estar precisando de uma amiga e eu
me servi disso. Você também foi um bom amigo. Depois eu me apaixonei (de novo).
Não ter você era o que alimentava esse sentimento. A impossibilidade dessa
história me fazia tremer sempre que te encontrava. O desejo de beijar sua boca
era quase enlouquecedor, por não poder ser satisfeito. Nossos encontros, sempre
cheios de assuntos, nossas conversas sem fim, eram o véu do que realmente
estava pensando e querendo. Eu sabia disso. Você sabia disso. Dois tolos em
pensar que isso resistiria por muito tempo.
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