quarta-feira, 22 de outubro de 2014

O ser humano não está pronto para histórias de amor com finais tristes ou sem finais. Isso pode ter tantos motivos como quantos sentidos quiserem. Vai de cada um. Mas a verdade é que ninguém se dispõe a ler um livro de 300 ou 600 páginas ou um filme de quase duas horas de duração sabendo que ali não vai haver momentos felizes e uma continuação que na maioria das vezes não sabemos onde vai dar, mas temos certeza de que é algo bom. E não é porque vivemos em um mundo maravilhoso ou porque somo otimistas demais. É justamente pelo contrário disso. Estamos cansados de histórias falidas, de vidas sem esperanças, de doenças incuráveis, de sonhos não realizados e de amores não vividos. Nos refugiamos nesse contos de amor, nesse romances na tentativa de viver, no que resta do personagem, a possibilidade de sorrisos, esperança e otimismo. Pode até parecer loucura, imaginar que alguém venha a fazer isso, “viver a vida de outra pessoa?”, mas a verdade é que todos nós, em algum momento, nas risadas e nos suspiros dados nas leituras, estamos vivendo, um pouquinho, dessa outra vida. Tentamos ser outra pessoa. Outra verdade é que já temos frustrações demais para comprar as dos outros.

(Depois de ler o livro "Um dia")

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