O ser humano não está pronto para
histórias de amor com finais tristes ou sem finais. Isso pode ter tantos
motivos como quantos sentidos quiserem. Vai de cada um. Mas a verdade é que
ninguém se dispõe a ler um livro de 300 ou 600 páginas ou um filme de quase
duas horas de duração sabendo que ali não vai haver momentos felizes e uma
continuação que na maioria das vezes não sabemos onde vai dar, mas temos
certeza de que é algo bom. E não é porque vivemos em um mundo maravilhoso ou
porque somo otimistas demais. É justamente pelo contrário disso. Estamos
cansados de histórias falidas, de vidas sem esperanças, de doenças incuráveis,
de sonhos não realizados e de amores não vividos. Nos refugiamos nesse contos
de amor, nesse romances na tentativa de viver, no que resta do personagem, a
possibilidade de sorrisos, esperança e otimismo. Pode até parecer loucura,
imaginar que alguém venha a fazer isso, “viver a vida de outra pessoa?”, mas a
verdade é que todos nós, em algum momento, nas risadas e nos suspiros dados nas
leituras, estamos vivendo, um pouquinho, dessa outra vida. Tentamos ser outra
pessoa. Outra verdade é que já temos frustrações demais para comprar as dos
outros.
(Depois de ler o livro "Um dia")
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