sábado, 13 de outubro de 2012

Sobre a devastação.


Admirável são as mulheres que se devastam.
E enlouquecidas pela perda do seu amor se perdem em meio a pouca vida que lhe resta.
Sem fome, sono ou qualquer ânimo pra fazer até o que mais lhe trazia prazer, a mulher devastada, a que realmente assume seu estado, não se importa com o que os outros vão pensar.
Se trancam dentro de seus quartos e se fecham em seus próprios mundos. E esperam ali a dor passar, a morte chegar ou outro amor, como uma fresta de luz, que entre por alguma janela esquecida aberta.
Mas ela já não tem essa esperança.  Ela não pensa nisso.
O que aquece seu coração são as lembranças que são guardadas no mais íntimo do seu ser, onde ninguém, nem ela mesma pode se dar ao luxo de espantá-las.
A verdadeira mulher devastada não quer receber essa nomeação e muitas delas nem sabe que esse termo pode definir o que ela está passando. Mesmo assim, ela abre mão dos seus, não por uma escolha ou por querer. Mas por ser a única forma de viver esse estado... por ser a única opção.

Outras mulheres simplesmente voltam a sua vida normal depois da perda de um amor. Essas renegam a devastação e decidem não viver a dor. Optam por escondê-la atrás de maquiagens, sorrisos, amigos, festas...
Mas essas outras mulheres mal sabem que ela é inevitável.
Se houve amor e houve a perda dele a devastação a alcançará, independente da sua vontade...

Ainda sinto inveja da mulher que vive sua devastação...

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