domingo, 21 de outubro de 2012

Não é uma questão de desistência. Ela sempre achou que estava fazendo as coisas certas. Mesmo quando errou. Ali ela achava que estava fazendo da melhor maneira possível. Sempre acreditou em amor, ou em contos de fada, porque amor é tão amplo, fofo... Ela nunca pensou em um final pra ele. Sempre pensou em amor como escolha e eterna. Mas não fez por onde ser pra sempre. Depois de perder, por ser menina, pensar ser boa e querer que fosse do seu jeito, ela desejou fazer tudo pra consertar a história. E fez. E até ficou insistindo em alguma coisa como uma conversa, ou coisa assim, que talvez nunca fosse acontecer. Ela insistiu, sozinha, nessa história. Ela pode se orgulhar disso. Pode se orgulhar de ter feito tudo sozinha. Hoje ela não vai mais colocar a culpa em ninguém de todos os seus atos e escolhas. Foram seus. Precisou ouvir que antes a vida era uma merda e que as coisas já não estava mais dando certo. Havia uma pressão, acha, uma obrigação de ser perfeito e se não fosse... as coisas desandavam. "Trinta vezes", valor não muito exato. Acredita até que tenha sido mais...não sabe... Mas isso não importa agora. Querer um parceiro igual ao pai, pura fantasia freudiana. A insanidade tosca de uma histérica. Mas ela precisou perder, sofrer, se devastar. ela precisou estar sozinha (como um dia desejou), pra entender como realmente são as pessoas e como se tem um relacionamento. "Aprender para o próximo" ele disse, então não foi tudo em vão...
Com o coração em prantos, ela entende que agora está tudo bem. Tudo reorganizado. A vida de "merda" voltou a ser vida real. Sem mais cobranças, consciência pesada, brigas, términos... sem mais "inferno". Ela não entendeu essas palavras até ver que as coisas estavam seguras agora. E uma vida linda, comprometida, leve, livre pra ser quem quiser ser.
Ela ficou feliz com o que viu. Muito feliz. E de todo coração não deseja que sofra mais, nem que volte a ter uma vida ruim e conturbada.
Ninguém deve mais nada a ninguém. Tudo já foi dito, explicado, comparado e medido. Desculpas foram dadas. Abraços trocados. Promessas feitas. Mas não se pode confiar em promessas, muito menos àquelas feitas em momentos desesperados ou àquelas que juram mudanças.
De romântica à patética ela decide parar. Parar de ligar. Parar de pressionar. Parar de escrever.
A história acabada precisa ter final.
Ela não está entregando os pontos, ou desistindo. Ela está libertando o que estava sendo feito refém, de uma certeza infundada.

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