quarta-feira, 18 de abril de 2012


Li por pura brincadeira.
Por deboche mesmo. Queria saber se ele me diria que estou adoentada, com o nariz escorrendo e até quando vou sentir isso.
Mas quando comecei a ler, a minha voz, cheia de sorriso, foi ficando séria e até um pouco tensa. As frases pareciam fazer sentido, estava mesmo acontecendo algumas daquelas coisas...ou ele me fez acreditar nisso, quem sabe?!
Ele me dizia que estou passando por um período de finalizações. (pode ser...)
Me chamava pelo nome: “Marcíllia, é um tempo de fechar ciclos"
Como se me conhecesse. Como se soubesse os meus mais íntimos segredos e pensamentos. Mas ele não sabe, ninguém sabe.
Conversa comigo. Pergunta se estou finalizando um relacionamento (meu coração aperta lendo e escrevendo isso). Respondi mentalmente que sim e continuei lendo. E ele aconselha: "é hora de findá-lo e permitir que aquela pessoa, que já teve grande sentido na sua vida, viva agora outras relações". E tenta explicar depois: "afinal, a vida é isso, nos encontramos com as pessoas, trocamos e depois nos desligamos para viver outros relacionamentos".
Eu não sei bem o que senti nessa hora. Por estar lendo alto, dei uma gargalhada - forçada - pra demonstrar que ele não estava dizendo coisa com coisa. Mas isso havia me tocado... isso realmente mexeu comigo.

Será mesmo que a vida é assim. Uma rede de relações com objetivos próprios de satisfação, unicamente pessoais, e quando essa pessoa já me deu muito, ou melhor quando já "trocamos" o suficiente, simplesmente "a deixo ir" pra que ela possa viver outras relações e eu possa encontrar outra pessoa que me dê algo de mais útil que o anterior.
Não que isso dependa de mim. As pessoas entram e saem da nossa vida sem ser preciso nossa permissão ou não.
Mas sério mesmo que as coisas são simples assim? Tirar e colocar as pessoas nas nossas vidas?
Sério?

Não passa de um negócio? Não passa de um jogo?

No final ele acrescenta: "reveja suas coisas e jogue fora ou doe aquelas que você já não quer mais. Àquelas roupas, ou os livros que você não lê mais pode ser útil para outra pessoa".

Agora entendi. Na verdade nós substituímos coisas velhas e desnecessárias por coisas novas.
Isso vale para as pessoas também?
Substituímos nossos amores, nossas relações por outras quando a que estamos já não nos satisfaz mais?
“Coisificamos”, então, até o mais intocado dos sentimentos - o amor?

Não queria ter que acreditar nisso tudo. Acho até que não precisava.
Ele saiu da minha vida sem que fosse preciso permissão pra isso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário