Ainda não posso ouvir
algumas músicas. E ainda tem noites que não consigo dormir sufocada com a idéia
de que não vou mais encontrar outro alguém. Ainda não entendi muito bem essa
coisa de amor e a devastação me venceu. Também não me conformei. Às vezes ainda
acho que esse “revés” da vida vai passar e me apontar uma sorte grande. Isso
quando penso que minha vida está uma porcaria e só voltando ao passado pra
respirar feliz de novo.
Acontece que não me
escondo mais. E melhor: posso falar disso sem um nó na garganta em que minhas
palavras esbarravam e insistiam em não querer sair. Bom mesmo é poder falar,
falar e falar mais sobre isso sem tristeza no rosto ou lágrima nos olhos. E
poder dizer o quanto cada um foi responsável por isso tudo. Claro que isso não
seria possível sem uma boa dose de análise...
Não estou mais forte.
Nem tirei muitas lições de toda essa história. Não sai ilesa. E nem tenho
cicatrizes que vão me fazer lembrar por toda a vida do quanto sofri. Não! Esse
clichê de que toda história ruim pode ser tirada uma lição ou de que pode se aprender
algo com as perdas e decepções não me engana mais. Bom mesmo seria se tudo
fosse perfeito e pleno. Bom mesmo seria se pudéssemos consertar os erros. Bom
mesmo seria se não houvesse final para as histórias de amor. Isso mesmo. Ainda
não perdoei a vida, nem a mim, nem as pessoas que me ajudaram a passar por essa
“aprendizagem”.
Mas escolhi continuar!
Apesar de tudo, seguir. Não sei onde isso vai dar, ou se vai dar em algum
lugar. Não estou apostando em vidências ou leituras de mãos. Não quero saber o
que me espera no futuro nem se será um ano difícil ou nebuloso. Estou passando
longe de mapa astral ou horóscopo. Quero surpresas! Nada de planos (com exceção
do carnaval), nada de agendas, itinerários ou premonições. Quem maior que Deus!
E só!
Um dia de cada vez...
ainda tenho 362...
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